Na jornada de uma gestão se faz necessário mudanças e um jogo
de cintura para evitar que se perca o foco no auxílio de uma população. Mesmo
sendo um apoio de extrema importância para diversas pessoas que vivem em um
Estado que depende do poder público, a assistência social é algo novo, mas com
larga experiência em meios voluntários e de fé.
Manchetes dos veículos de comunicação local destacam e cobram
ações de uma das pastas que passou recentemente por uma transição de gestores,
o famoso pegar o bonde andando é um desafio para o novo secretário Alex
Carvalho.
Para entender o contexto que o levou a chegar nesta posição,
se faz necessário conhecer um pouco o histórico pessoal, pois na corrida
diária, só se acha e cobra o que é atual ou que deveria saber antes de chegar.
Marcada uma reunião com o novo gestor, pedimos espaço para
saber quem era o homem com mais de dois metros de altura que chegou no meio do
fogo de uma ocupação e reintegração de terras, problemas esses iniciados e
anunciados desde 2012.
Alex Carvalho ou pastor Alex Carvalho, o novo comandante da Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos (Seasdh) traz em seu DNA a origem humilde de quem conhece a realidade de passar fome e necessidades de quem vive na cidade grande como o Rio de Janeiro, sendo filho de um vigilante com empregada doméstica e tentando superar as limitações sociais pela cor da pele.
Com muita luta conseguiu alcançar os estudos, formado em
Teologia e Filosofia, chegou ao Estado do Acre para ficar três meses, tempo que
daria um curso pelo Senai e cometeu o deslize de beber água do Rio Acre, e já reside
há vinte e quatro anos, constituindo família e trazendo seus genitores para
essas bandas de cá do Brasil.
“Cheguei para ficar somente três meses e como dizem, bebi das
águas do Rio Acre e aqui constitui família, aqui pude conhecer Deus de verdade
e ter acesso a sua palavra. Sou membro da Igreja Batista do Bosque, onde tenho
a honra de ser um dos doze discípulos do pastor Agostinho, homem de grande
liderança”, disse Alex.
Sua expressividade não veio somente das pregações realizadas
em igrejas durantes os cultos. Alex Carvalho também ganhou notoriedade através
das ondas radiofônicas, onde descobriu que o rádio não é somente um veículo que
toca músicas, mas ferramenta que pode transformar vidas.
“Através de um programa de rádio na rede Boas Novas, descobri
que o rádio não é somente para música e só pregações, mas a possibilidade de
compartilhar as melhores experiências de quem vive na palavra de Deus e que também
podemos transformar vidas, pois tínhamos dia destinado ao mundo empresarial, a
voz das mulheres em estarem inseridas entre outras atrações como receber
autoridades locais ou de passagem pelo Acre”, destacou o pastor.
Com a deixa dada, questionei como ele se sentia, pois enquanto entrevistador ele era muito elogiado por parlamentares e autoridades, mas quando entrou para o time passou a ser até perseguido do ponto de vista de quem acompanha de fora. Esperei que ele me respondesse que tudo não passaria de uma disputa por espaços, mas como cristão, me respondeu com um ensinamento bíblico.
Chegando na secretaria, Alex Carvalho já teve que lidar com a
crise imigratória de pessoas expulsas do Peru e da Bolívia que forçou a vinda
para o Brasil através do Acre pelas cidades de Assis Brasil e Brasiléia.
“Por meio de apoio do governo federal, conseguimos recursos
para tentar lidar com essa problemática. Algumas dessas pessoas estavam em
abrigos e outras seguiram para outros estados. Alguns desses imigrantes que
tentamos auxiliar estão em situação de rua por não aceitarem nossa ajuda, mas
mantemos a vigilância sobre cada caso”, ressaltou.
Questionado sobre a situação de pessoas nas ruas e se era
desenvolvido algum trabalho, pois muito se cobrava por políticas públicas, o
secretário explicou que o trabalho é realizado, mas poucos se preocupam em
mostrar.
“O trabalho com pessoas de rua ou que são dependentes
químicos não é tão visto como cobrar pela falta de conhecimento. É muito fácil
amar uma pessoa cheirosa e bem vestida, mas Cristo nos convida a exercer o amor
nas dificuldades. Temos quase quinhentas pessoas em situação de rua, sejam elas
dependentes químicos ou imigrantes, onde trinca e cinco por cento aceita ajuda
nos dezessete centros terapêuticos que temos parceria, onde estamos inclusive
buscando reaproximar as famílias dessas pessoas que tem um lar. Buscamos
inclusive parcerias com as prefeituras”, pontuou o gestor.
“Essas são famílias que receberam a melhor notícia que foi a
aprovação do governo e da assembleia em destinar esse espaço para construção
das suas casas. Juntamente com nossa equipe, viemos ouvir as necessidades das
pessoas como a de algumas famílias que precisam de apoio com os filhos com
autismo, que precisam de apoio psicológico, um atendimento clinico que podemos
resolver com apoio das outras secretarias como acontece com a secretaria das
mulheres, policias civil e militar, secretaria de governo e do próprio
governador que veio anunciar pessoalmente a boa nova”, declarou.
Um destaque da reportagem foi o testemunho de que enquanto a equipe da secretaria conversava com os moradores, o secretário brincava com as crianças e logo após sumir por breve tempo, ele surge com um papagaio ou pipa e linha para que os dois amigos de sete e oito anos aproveitassem o vento.