Durante todo esse período de pandemia, assim como outras
pessoas, precisei puxar uma força maior para poder manter certa centralidade e parcimônia
para acalmar as pessoas ao meu redor, não permitindo que surtassem com tanta informação
desencontrada, aliada ao medo da morte durante a primeira onda em que pouco se
tinha conhecimento.
Acredito que não teremos uma família que não foi afetada pelo
vírus ao perder um ente querido. Na minha perdi um primo de cinquenta anos e uma
prima gravida, ambos repercutido pela mídia local. Fiquei temeroso com minhas
tias avós de quase cem anos, mas escaparam graças a Deus.
Na primeira onda, Manaus foi o local que mais chamou nossa
atenção com tantas mortes, falta de leitos e desespero das pessoas atrás de
salvar seus pais e filhos. Em meio a tudo isso só consegui derramar uma
lagrima, pois me permiti baixar a guarda, junto com o colega Paulo ao se
emocionar com os primeiros casos de cura contra o vírus.
Hoje voltei a chorar com o doutor Pedro Pascoal que se
emocionou, fez a colega Lilian Lima chorar e revelar que nesta madrugada ela
perdeu um tio para a doença. Não deu para conter o emocional e as lagrimas
rolaram.
Deus sabe o quanto temo esse vírus chegar a atingir as
pessoas da minha casa. Estou sofrendo horrores com o nervo ciático, coluna e
dores musculares por não estar realizando as atividades físicas de antes. Não deixei
de fazer em casa, mas não com o mesmo impacto, porém o bem maior é ver que
todos estão com saúde.
Os sacrifícios de hoje serão as alegrias de amanhã. Enquanto não
chegar a imunização em massa, continuarei a sofrer por aqui até que todos
tomemos a vacina.