Deus vive dentro de cada um

Uma das coisas mais comuns na atualidade, é a participação de pessoas em vários grupo de redes sociais. Como muitos também possuo diversos grupos onde debatemos diferentes assuntos, mas algo em comum entre eles, como a pressão que alguns seguimentos religiosos e até a própria mídia local parecem apoiar para a reabertura de templos religiosos em meio a pandemia.

Não é segredo para ninguém que o vírus que interrompeu diversas vidas, que colocou muitas pessoas lutando contra a morte nos leitos do hospitais e infectou milhões ou continua a contaminar diversas pessoas pela falta de noção do perigo, que abalou a economia e geração de emprego continue sendo desrespeitada.

Em alguns casos, personalidades mais fervorosas começam a gerar outro vírus, a disseminação de um suposto preconceito contra quem tem fé. Me parece que o ódio tão combatido durante as pregações, ministrações e explanações vem ganhando força contra o amor. Para onde estão levando o amor ao próximo? O momento não seria de salvamos vidas ao invés de coloca-las em perigo?

Para o momento só me recordo da parábola do amor, onde foi anunciado que certa localidade sofreria a maior tempestade e devastaria a região. Muitos saíram em busca de abrigo em outras localidades até que fosse seguro. Um homem se dizendo mais ter mais fé do que os outros ficou, afinal, Deus o salvaria. Passaram carros chamando o homem e ele disse que Deus o salvaria. A inundação entrou na sua residência e ele dispensou o barco, assim como fez com o helicóptero que tentou resgata-lo no teto da casa. Ele morreu e questionou a Deus, o motivo dele não ter sido salvo. Deus respondeu que mandou todos os sinais e mesmo assim ele ignorou a salvação.

Em um momento tão delicado que não se sabe nem como retornaremos as aulas para evitar que crianças e suas famílias venham adoecer e morrer, muitos tentam usar uma dose de ódio disfarçando com aroma de amor.

A postura da igreja católica está sendo a mais coerente e bíblica, pois o Deus vivo habita dentro de cada um de nós e onde houver duas pessoas ou mais, lá ele estará. Precisamos acreditar nas autoridades e esperar, pois Deus está mandando sinais da salvação e alguns tentam fechar os olhos dos outros com a mesma cegueira.

 

Segue a nota da Diocese de Rio Branco

 

NOTA DA DIOCESE DE RIO BRANCO

 

A Diocese de Rio Branco vem a público manifestar o seu posicionamento, acerca da reabertura das igrejas e templos religiosos, neste tempo de tantas incertezas e contradições.

Conforme os dados do IBGE, os católicos somam mais de 51% da população do Acre. Desse total, mais da metade reside no território da Diocese de Rio Branco, que abrange a capital e mais 13 municípios do interior do Estado, além do município de Boca do Acre, no Amazonas, e os distritos de Extrema e Califórnia, em Rondônia.

 

Desde o dia 18 de março de 2020, antes mesmo do primeiro decreto do Governo do Estado, tomamos a difícil decisão de manter as nossas igrejas fechadas. Desde então, submetemo-nos às decisões do Governo, no que se refere às medidas para enfrentamento da pandemia, sem criar mecanismos para driblar a lei e, procuramos seguir todas as orientações das autoridades sanitárias. Em nenhum momento pressionamos o Governo ou as prefeituras, para acelerar o processo de reabertura das igrejas, porque acreditamos que ainda não é o momento para isso. Ademais, o “efeito sanfona” de abrir e depois ter que fechar, poderá trazer perdas irreversíveis para o nosso povo.

Quatro meses se passaram e, durante esse período, testemunhamos o crescimento dos números da COVID-19 e choramos as perdas de muitas vidas, inclusive, de muitos agentes de pastoral de nossas comunidades. Temos convivido diariamente com as incertezas e estamos todos cansados e ansiosos. Não ignoramos a grave crise econômica que acompanha a crise sanitária, tampouco estamos imunes a ela. Porém, precisamos ser prudentes e sábios, para não nos deixarmos ser conduzidos por outros interesses, pois nosso interesse principal sempre será a defesa da vida acima de tudo.

Reconhecemos o esforço das nossas autoridades constituídas, e confiamos na capacidade técnica dos profissionais envolvidos no enfrentamento da COVID-19, que dirão a hora mais segura para darmos o passo de reabertura das nossas igrejas. Enquanto isso, vamos nos reinventando para manter vivas a fé e a esperança do nosso povo, sem, contudo, colocar em risco as suas vidas.

Que Deus abençoe, com o dom da sabedoria, todas nossas autoridades, para que trabalhem sempre em favor da vida de nosso povo!

 

Rio Branco, 20 de julho de 2020


Victor Augusto

Prazer, Victor Augusto, 37 anos, acreano, jornalista e académico de direito. Por isso, criei este espaço onde compartilho minhas experiências e aprendizados. Afinal, acredito que conhecimento deve ser diário para nossa evolução. Por aqui, abordo assuntos sobre estilo de vida, com ênfase em levar uma vida baseada na informação, já que é minha área de formação e atuação.

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