“Resolvi fazer o sabão
como forma de combater a exclusão social”. A declaração é da pedagoga Eline
Gomes. Dos 31 anos, há dois se dedica a colaborar com a Pastoral da Criança na
comunidade do bairro Jardim Eldorado, um dos mais carentes em infraestrutura da
Capital. “O problema da fome e do tráfico de drogas é muito próximo das
pessoas”.
O sabão é produzido da
forma artesanal e é consequência de ações da Pastoral para ajudar na composição
da renda das famílias que, de alguma forma, estão excluídas do setor produtivo.
Cada sabão é vendido a R$ 5 a barra. Há também o sabão líquido, vendido em
garrafas pet de 2 litros.
O funcionário público
Francisco das Chagas Pereira de Amorim ajuda Eline Gomes na feitura do material.
“É uma forma de ajudar”, relata. “Mas, falta apoio”. O grupo não está
organizado em associação e nem em cooperativa. Nenhum integrante tinha ouvido
falar que o Governo do Estado possui a Secretaria de Pequenos Negócios, uma
instância do poder público que pode melhorar o processo de produção do sabão
comunitário.
A Prefeitura de Rio
Branco, que possui uma coordenadoria de Economia Solidária, apoia algumas
iniciativas como as lavandeiras comunitárias, cujo trabalho pode ter prestação
de serviços integrada com a confecção do sabão comunitário.
Atualmente, esse
trabalho da Pastoral da Criança está totalmente descapitalizado e a renda
obtida com a venda dos produtos serve para envolver as famílias e colaborar em
atividades culturais com crianças no bairro.
Hoje, domingo, Eline
Gomes estará no bairro Adalberto Aragão capacitando mulheres da Pastoral do
Idoso para fazer sabão e no dia 1º de outubro estará no quilômetro 58 da
Estrada Transacreana, ensinando as mulheres da Vila Verde.