Em coletiva,
presidente da FIEAC faz balanço de atividades em 2015 e defende união entre
instituições para fortalecer setor no próximo ano
Em
meio a tantas dificuldades enfrentadas neste ano, é consenso entre economistas
que estas deverão prevalecer em 2016. No panorama acreano, essa realidade se
torna um pouco mais preocupante, uma vez que o estado ainda é muito dependente
de repasses de recursos federais. Em entrevista coletiva na manhã desta
quarta-feira, 16 de dezembro, o presidente da FIEAC, José Adriano Ribeiro da
Silva, fez um balanço das atividades do setor industrial - mais especificamente
dos últimos seis meses, após assumir a liderança da instituição - e falou sobre
as perspectivas para o ano novo que se aproxima.
"O
empresário acreano vive em desafio, é um herói. A gente sofre todo tipo de
adversidade, o Acre é uma ilha, do ponto-de-vista logístico. Não temos as
mínimas condições de nos comparar com as condições de trabalho do Centro-Sul.
Além de sermos desafiados pelas questões geográficas, há ainda os entraves
burocráticos, que aumentaram ainda mais em 2015 e creio que vão continuar em
2016. E, somando-se a tudo isso, essa crise política que o Brasil enfrenta. Se
em 2015 fomos muito criativos, em 2016 teremos que ser muito mais
arrojados", analisou o empresário.
A
Confederação Nacional da Indústria (CNI) confirmou o prognóstico para o próximo
ano na edição especial do Informe Conjuntural - Economia Brasileira, também divulgado
nesta quarta-feira. Segundo o levantamento, a economia brasileira continuará
encolhendo no ano que vem. O Produto Interno Bruto (PIB) terá uma queda de
2,6%, puxado especialmente pela retração de 4,5% na indústria. O desemprego
alcançará 11%, o consumo das famílias diminuirá 3,3% e os investimentos cairão
12,3%. As estimativas vêm ao encontro dos estudos realizados no Acre.
No
entanto, apesar do Índice de Confiança do Empresário Acreano (ICEI) estar
abaixo dos 50 pontos durante praticamente o ano inteiro - o que significa falta
de confiança quanto ao futuro - o setor produtivo contabilizou algumas
vitórias, como a prorrogação por mais 20 anos da política de incentivos para a
indústria (Lei Copiai), os avanços no programa de piscicultura e a inauguração de
empreendimentos de grande relevância no interior, como o frigorífico Dom
Porquito e a madeireira Agrocortex.
PARCERIA - "Se os
investimentos anunciados pelo Governo Estadual para 2016 se concretizarem -
Ruas do Povo, saneamento ambiental integrado e as próximas fases da Cidade do
Povo, por exemplo -, poderão impactar positivamente a indústria de construção
e, como consequência, toda a indústria de transformação", avaliou o
economista Carlos Estevão Castelo, que apresentou os resultados das pesquisas
realizadas pelo Instituto Euvaldo Lódi (IEL/AC) ao longo do ano.
De
acordo com José Adriano, a desinformação foi um fator de prejuízo em 2015 para
os empresários conseguirem fazer um planejamento da sua situação futura. Em
virtude disso, ele propõe que as instituições representantes do setor produtivo
devem se unir em parceria, a fim de minimizar erros de informação, bem como para
fortalecer os relacionamentos institucionais e o discurso em prol do
empresariado local. "A nossa proposta é fortalecer ainda mais esse
discurso de parceria entre as instituições, vamos propor um discurso único,
pois em 2016 não vamos viver um momento muito agradável e será um ano de
eleição. Por isso, vamos precisar estar prontos para apresentar nossas
demandas", finalizou.