Dias desses fui questionado por ter dois empregos e não ajudar meu cunhado folgado que não consegue se segurar em um emprego. Sendo que o mesmo sabe muito é fazer besteira e prefere a vida boa.
Durante o momento “fala que eu te ouvo” que tive com minha amiga AC, recordei da vez que participei da disputa pelo titulo de Rei Momo no ano de 2008, devido o caso de precisão ou necessidade. Naquela época meus pais estavam desempregados e não deixavam faltar o pão de cada dia, devido à venda de salgados que minha mãe fazia em uma lanchonete que ela construiu na Cadeia Velha, juntamente com meu pai.
Naquela mesma época o dinheiro que ganhava no estágio ajudava a segurar a feira do mês, mas já começava a me preocupar, pois o contrato de estágio com a prefeitura estava para acabar. Quando terminou meu contrato, fiquei andando a procura de emprego ou outro estágio para ajudar em casa e a pagar a faculdade.
Foi uma semana difícil, já que durante minha busca dei uma topada que o sapato abriu. Levei para arrumar e o sapateiro disse que era caso de se jogar fora. Não larguei do sapato, costurei, colei, remendei como pude e como não consegui nada, por um acaso encontrei um jornal que falava da inscrição à disputa do Rei Momo e de suas premiações.
Pensei um pouco sobre o caso e no mesmo dia me inscrevi na disputa sem comunicar a ninguém. Passou o tempo e as pessoas só descobriram que eu iria participar, quando me viram na TV, ao lado das candidatas à rainha do carnaval e a rainha gay. Sei que dos oito que tinham se inscrito, apenas eu e mais dois fomos até o final. Tive torcida organizada, todo o curso foi liberado cedo para me dar força e acabei ficando em terceiro. Ganhei seiscentos reais, de onde comprei meu sapato novo e ajudei a passar dois meses de feira garantida.
Na semana seguinte, essa loucura me rendeu destaque entre os colegas de profissão e fui convidado a trabalhar na TV Acre. Por longo tempo fui alugado pelos conhecidos por este meu ato, mas eu só tinha duas opções ou eu concorria dando um tiro no escuro, podendo não ganhar nada ou me entregava ao desânimo.
Moral da história de vida: não espere as coisas caírem do céu, se você não faz nada, às vezes a loucura é o melhor caminho para o sucesso. Só tenho a agradecer aos meus pais por não me deixarem desanimar e aos amigos por não me deixarem perder a esperança a ponto de deixar a peteca cair. Vá à luta!